desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não tão feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.
Adélia Prado
O poema em questão faz parte de “Bagagem”, primeiro livro da escritora, publicado em 1976. Nascida em Minas Gerais em 1935, Adélia desenvolveu uma escrita com tom coloquial, que mostra muito do cotidiano e da simplicidade da vida.
"Com licença poética" faz uma referência a outro poema famoso, "Poema de sete faces" de Carlos Drummond de Andrade. Entretanto, aqui ela se apresenta como uma mulher resistente, que luta para ultrapassar as barreiras impostas pelo patriarcado. Dessa forma, inspira os leitores a seguir também suas jornadas com autonomia e liberdade.
Olá Teté!
ResponderExcluirPoema maravilhoso da Adélia.
A Adélia é uma guerreira, um exemplo a seguir.
Muito obrigado pela partilha 👏🏻👏🏻
Abraços, um bom domingo!
Obrigada você por tão delicado comentário!
ExcluirUm beijo
Qué bien conocer a Adela, desde la reciedumbre de sus versos. Un abrazo. Carlos
ResponderExcluirFico feliz por introduzi-lo em versos tão intensos e verdadeiros.
ExcluirUm beijo
Hola querida amiga Teca,un bonito y lindo poema y como siempres acompañadp con una linda melodia y una linda foto.Un fuerte abrazo querida amiga,Besos.
ResponderExcluirAhhhh… obrigada pela atenção carinhosa, amigo Antonio!
ExcluirQue a sua semana seja abençoada!
Um beijo
Gracias por tan preciosas palabras y esos acordes de guitarra. El lirio es bellísimo.
ResponderExcluirBuena semana Teca
Un abrazo.
Boa semana para você também, Laura!
ExcluirSaúde e paz!
Um beijo
Maravilloso, hermosas palabras Teca, me encanta.
ResponderExcluirUn beso.
Obrigada por estar, Carlos!
ExcluirMe encanta a visita dos amigos…
Um beijo
No conocía a esta escritora, gracias. Besos.
ResponderExcluirAdélia é intensa e espontânea.
ExcluirUm beijo
Un poema precioso. Es digna de admiración su autora, más sabiendo lo que suponía luchar en aquellos años contra el patriarcado.
ResponderExcluirUn abrazo.
A luta das mulheres é constante e contínua… Adélia sempre foi forte e autêntica!
ExcluirUm beijo
Preciosa en interesante entrada. Las orquídeas son una maravilla
ResponderExcluirUn abrazo
Olá, amigo Manuel!
ExcluirObrigada por sua amizade e visita!
Trata-se de uma íris… 🤗
Um beijo
Oi, Teté!
ResponderExcluirJá conhecia este fabuloso poema de Adélia Prado.
A mulher é mesmo desse jeito. Dobramo-nos e desdobramo-nos com facilidade.
Adorei os dois momentos musicais.
Beijos.
Oi, CÉU!
ExcluirObrigada por vir aqui e comentar…
Adélia sempre escreveu verdades com sentimento.
Um beijo
Great blog
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