domingo, 3 de outubro de 2010

Concretizando sonhos...


Haverá esperança para quem nasce no morro, na favela, em comunidades onde o que mais se fala e se vê é miséria, droga, violência?
Poderá sonhar com um mundo diferente a criança que, ao abrir a janela, se depara com a pobreza, o tráfico, o banditismo?

* * *

Foi no Natal de 2009, que o Brasil deu um raro presente ao Reino Unido.
No canal 4, exatamente no dia 25 de dezembro, em horário nobre na TV aberta britânica, foi ao ar o documentário Only when I dance.
Uma diretora inglesa desejou mostrar uma história das favelas, diferente de tráfico de drogas e violência.
E encontrou Irlan Silva, bailarino clássico de apenas 19 anos, criado num dos morros mais violentos do Rio de Janeiro, o Complexo do Alemão e atual integrante do prestigiado American Ballet Theatre.
Esse jovem, além de talento, tem uma grande disposição para contornar obstáculos. Enquanto participa de concursos nacionais e internacionais de dança, ele segue as atividades escolares e anos de estudo de balé clássico no Centro de Dança Rio.
Irlan teve que enfrentar, no início, a resistência que seu pai tinha em relação ao balé clássico. Resistência que cedeu quando ele assistiu ao primeiro espetáculo do filho e passou a apoiar o seu sonho de se tornar bailarino.
Irlan é um fenômeno que tira o fôlego do espectador, especialmente quando dança Nijinski. Apresentando-se na Suíça, arrancou lágrimas de uma das juradas.
O documentário Only when I dance mereceu do jornal americano The New York Times a comparação de Irlan a Billy Elliot da vida real.
Irlan começou a estudar balé aos 11 anos e não mede esforços para triunfar no palco. Tem muita determinação para enfrentar as adversidades, com a cabeça erguida e postura de primeiro bailarino.
Impõe-se uma disciplina espartana de aulas e ensaios, além de cuidar da alimentação e do corpo.
Conta com o apoio da família mas venceu, sobretudo, graças à sua garra, à vontade firme de alcançar um sonho.
E a uma mulher extraordinária, Mariza Estrella, fundadora e diretora do Centro de Dança Rio, uma escola que tem 450 alunos e 80 bolsistas.
Ela é tia Mariza para os alunos de sua escola. Ela vibra com cada vitória de Irlan e de outros alunos tão extraordinários, como Thiago Soares, hoje primeiro bailarino do Royal Ballet de Londres.
Também investe, além de si mesma, carinho para com cada aluno. Ela é a grande incentivadora, experiente, mestra, tutora.
Ela inscreve e acompanha os alunos nas principais competições de dança no Brasil e no Exterior.
Não é raro contribuir com dinheiro do próprio bolso, custeando despesas de alunos de famílias pobres, que mais se destacam no circuito de concursos e festivais.

* * *

Nosso Brasil é verdadeiramente grande. Em extensão territorial e em coração.
Coração como o de tia Mariza que auxilia crianças e adolescentes alcançarem o seu ideal, exportando para o mundo o que o Brasil tem de melhor: a sua gente.
Pensemos nisso e verifiquemos como podemos contribuir, onde estejamos, para tornar realidade o sonho de um menino, uma menina, nossa gente brasileira.

Redação do Momento Espírita, com base no artigo Do Complexo do Alemão ao American Ballet, de Juliana Resende (Londres), publicado na Revista Época, de 4 de janeiro de 2010.

 


7 comentários:

  1. Como siempre, es un placer pasar por tu casa. Buen domingo.

    Saludos y un abrazo.

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  2. Un ejemplo de vida, Mariza Estrella.

    Besos

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  3. My dear friend, I just love your post. It's very touching and true, thinking about all young talents all over the world who face the poverty and that makes it harder to accomplish their dreams. I was looking at their parents' faces and you just can see how proud they are. Beautiful!

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  4. Antonio, obrigada pelo carinho de vir...
    Beijos ternos.

    Begoña, como ela, existem várias que a gente não sabe...
    Beijos, amiga!

    Maria-Denisa, yes, this is very exciting...
    Thank you for visiting. Kiss.

    Amin, the lives of poor Brazilian... :(
    Kiss and hug.

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  5. A miséria e desgraça dos outros vende mais do que histórias com final feliz.
    Felizmente existem PESSOAS que teimam em "dar" finais felizes a algumas dessas histórias...

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  6. Pinhas, nem tudo está perdido... ;)
    Beijos.

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