sábado, 5 de junho de 2010

Posso errar?

foto: internet

Há pouco tempo fui obrigada a lavar meus cabelos com o xampu "errado". Foi num hotel, onde cheguei pouco antes de fazer uma palestra e, depois de ver que tinha deixado meu xampu em casa, descobri que não havia farmácia nem shopping num raio de 10 quilômetros. A única opção era usar o dois-em-um (xampu com efeito condicionador) do kit do hotel. Opção? Maneira de dizer. Meus cabelos, superoleosos, grudam só de ouvir a palavra "condicionador". Mas fui em frente. Apliquei o produto cautelosamente, enxaguei, fiz a escova de praxe e... surpresa! Os cabelos ficaram soltos e brilhantes tudo aquilo que meus nove vidros de xampu certo que deixei em casa costumam prometer para nem sempre cumprir. Foi aí que me dei conta do quanto a gente se esforça para fazer a coisa certa, comprar o produto certo, usar a roupa certa, dizer a coisa certa e a pergunta que não quer calar é: certa pra quem? Ou: certa por quê?
O homem certo, por exemplo: existe ficção maior do que essa? Minha amiga se casou com um exemplar da espécie depois de namorá-lo sete anos. Levou um mês para descobrir que estava com o marido errado. Ele foi "certo" até colocar a aliança. O que faz surgir outra pergunta: certo até quando? Porque o certo de hoje pode se transformar no equívoco monumental de amanhã. Ou o contrário: existem homens que chegam com aquele jeito de "nada a ver", vão ficando e, quando você se assusta, está casada " e feliz " com um deles.

E as roupas? Quantos sábados você já passou num shopping procurando o vestido certo e os sapatos certos para aquele casamento chiquérrimo e, na hora de sair para a festa, você se olha no espelho e tem a sensação de que está tudo errado? As vendedoras juraram que era a escolha perfeita, mas talvez você se sentisse melhor com uma dose menor de perfeição. Eu mesma já fui para várias festas me sentindo fantasiada. Estava com a roupa "certa", mas o que eu queria mesmo era ter ficado mais parecida comigo mesma, nem que fosse para "errar".

Outro dia fui dar uma bronca numa amiga que insiste em fumar, apesar dos problemas de saúde, e ela me respondeu: "Eu sei que está errado, mas a gente tem que fazer alguma coisa errada na vida, senão fica tudo muito sem graça. O que eu queria mesmo era trair meu marido, mas isso eu não tenho coragem. Então eu fumo". Sem entrar no mérito da questão da traição ou do cigarro, concordo que viver é, eventualmente, poder escorregar ou sair do tom. O mundo está cheio de regras, que vão desde nosso guarda-roupa, passando por cosméticos e dietas, até o que vamos dizer na entrevista de emprego, o vinho que devemos pedir no restaurante, o desempenho sexual que nos torna parceiros interessantes, o restaurante que está na moda, o celular que dá status, a idade que devemos aparentar. Obedecer, ou acertar, sempre é fazer um pacto com o óbvio, renunciar ao inesperado.

O filósofo Mario Sérgio Cortella conta que muitas pessoas se surpreendem quando constatam que ele não sabe dirigir e tem sempre alguém que pergunta: Como assim?! Você não dirige?!. Com toda a calma, ele responde: Não, eu não dirijo. Também não boto ovo, não fabrico rádios — tem um punhado de coisas que eu não faço. Não temos que fazer tudo que esperam que a gente faça nem acertar sempre no que fazemos. Como diz Sofia, agente de viagens que adora questionar regras: "Não sou obrigada a gostar de comida japonesa, nem a ter manequim 38 e, muito menos, a achar normal uma vida sem carboidratos. O certo ou o "certo" pode até ser bom. Mas às vezes merecemos aposentar régua e compasso".

Por Leila Ferreira




Portanto... VIVA A VIDA E SEJA FELIZ! \o/

Beijos com amor e sabor!



12 comentários:

  1. Good evening!
    I think we must not do the sin.We must be believer

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  2. Amin, isso! Sempre acreditando em nós mesmos! Sempre vivendo... sempre!

    Beijo afetuoso.

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  3. Otimo blog também o seu, obrigado por seguir.

    tambem ja te sigo :)

    http://artmusicblog.blogspot.com/

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  4. Pepe, eita esfera rápida essa internet! Um por todos e... \0/

    Beijos de boas-vindas, meu lindo!

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  5. Quem adorou? A Rebeca ou o Jota Cê? Ahahahahahaha
    Obrigada pela visita... apareça quando puder ou quiser... a casa é nossa.

    Beijos.

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  6. "It was then that I realized how much we strive to do the right thing, buy the right product, wear the right clothes, say the right thing and the question that can not silence is right for who?"

    ho.. its so nicely described..
    nothing is right or wrong in this world = atleast if it not crossed the limits of others..

    come out of the shell of the "right" n just enjoy the world with open eyes that each and everthing is a "SURPRISE"

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  7. arvind, é justamente isso: aproveitar todos os nossos dias,sem medo de errar, respeitando os limites de cada um... como diz o povo aqui... sem medo de ser feliz!
    Um ótimo domingo pra você!
    Beijos.

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  8. Claro que pode errar, todos nós erramos.

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  9. Jota, só não erra quem não tenta, né mesmo?
    Beijos.

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  10. Olá Teca,

    certo certo mesmo é sentirmo-nos bem com nós mesmos, na nossa pele.

    Gostei de te visitar e quero-te agradecer o comentário.
    Bj

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  11. Oi, Miguel! Eu também gostei da sua visita! Apareça!

    Beijos.

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