sexta-feira, 2 de abril de 2010

EM BUSCA DO AMOR


O meu Destino disse-me a chorar:
“Pela estrada da Vida vai andando,
E, aos que vires passar, interrogando
Acerca do Amor, que hás-de encontrar.”

Fui pela estrada a rir e a cantar,

As contas do meu sonho desfilando ...
E noite e dia, à chuva e ao luar,
Fui sempre caminhando e perguntando ...

Mesmo a um velho eu perguntei: “Velhinho,

Viste o Amor acaso em teu caminho?”
E o velho estremeceu ... olhou ... e riu ...

Agora pela estrada, já cansados,

Voltam todos pra trás desanimados ...
E eu paro a murmurar: “Ninguém o viu! ...

Florbela Espanca

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